Há dez anos, ninguém falava de ESG. Essa pauta foi se tornar conhecida no mundo financeiro e no mundo dos negócios recentemente, acompanhada de uma pressão da sociedade para que as organizações incorporem aspectos sociais, ambientais e de governança em seus processos de tomada de decisão.
O surgimento dessa abordagem afetou também o agro. O ESG está na agricultura, trazendo consigo perspectivas inovadoras. Vamos falar sobre esse e outros tópicos neste conteúdo sobre as principais tendências do mercado ESG para os próximos anos no Brasil. Confira.
O que é o conceito ESG?
O conceito ESG (da sigla em inglês para Environmental, Social and Corporate Governance – Ambiental, Social e Governança Corporativa) se refere a um conjunto de critérios utilizados para avaliar o desempenho de uma organização em aspectos que vão além da sua lucratividade, levando em consideração o impacto que ela gera no meio ambiente, na sociedade e na governança corporativa.
Quais são os 3 pilares do ESG?
Sendo assim, os três pilares do ESG são ambiental, social e governança. Confira o que cada um deles significa:
Ambiental
O pilar ambiental se preocupa em entender o impacto dos negócios no meio ambiente. Para isso, questiona-se: A empresa busca reduzir suas emissões de gases do efeito estufa? Utiliza recursos naturais de forma consciente e sustentável? Possui políticas para gerenciar seus resíduos? Busca reduzir a poluição do ar, da água e do solo? Se preocupa com a preservação da biodiversidade? Toma medidas para mitigar as mudanças climáticas?
Social
Já o pilar social considera o impacto social das empresas, como as condições de trabalho, a diversidade e inclusão, a saúde e segurança dos colaboradores, o respeito aos direitos humanos, o impacto na comunidade local e o investimento em projetos sociais que beneficiem a comunidade.
Governança
Por fim, o pilar de governança avalia a administração da empresa. Aqui, são analisados fatores como a transparência com stakeholders, composição dos conselhos e políticas que garantam a ética empresarial. Ainda, busca-se entender se a empresa combate a corrupção internamente, se possui um sistema de gestão de riscos e se possui algum plano de sucessão corporativa para garantir a continuidade do negócio.
Como funciona o ESG na prática?
Na prática, as empresas que adotam o ESG implementam diversas ações em cada um dos três pilares. Uma empresa pode implementar, por exemplo, programas de redução de geração de resíduos, estabelecendo essa ação como parte de seu pilar ambiental.
Criar práticas do ESG é uma tendência global e um processo contínuo que exige compromisso da liderança da empresa, engajamento dos colaboradores, diálogo com os stakeholders e monitoramento constante dos resultados. Assumir esse desafio está diretamente ligado à missão de valor das empresas.
Quais são as tendências ESG para 2024?
Nos próximos anos, a pauta Ambiental, Social e Governança deve ganhar ainda mais força no Brasil e no mundo. Segundo a pesquisa ESG Radar 2023, as empresas devem investir até US$ 53 trilhões em ESG até até 2025.
O Brasil vai ser sede da 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas em 2025, a COP-30. Conforme o estudo do Pacto Global da ONU no Brasil, empresas privadas, setor público e terceiro setor estão adotando a agenda – 78,4% incluíram o ESG em suas estratégias de negócios. Agora, conheça cinco tendências do mercado ESG para os próximos anos.
1. Emergência climática em pauta
Uma das principais preocupações dentro do tópico ambiental é a emergência climática. Com a aceleração das fortes ondas de calor no Brasil, por exemplo, organizações de todos os tipos estarão mais atentas às formas de contribuir para a mitigação dos problemas climáticos, buscando, inclusive, estabelecer parcerias estratégicas com fornecedores de serviços ESG dedicados à sustentabilidade ambiental.
2. Prestação de contas
Além disso, nas empresas, a elaboração de relatórios que indiquem os índices e as ações ESG adotadas deve se tornar cada vez mais prevalente no pilar de governança, como esforço para estabelecer uma relação de transparência perante a sociedade, governo e aos próprios colaboradores. Essa prestação de contas estará diretamente ligada ao nível de confiabilidade que as pessoas estabelecem com a empresa.
3. Diversidade e inclusão
Os ambientes de trabalho também devem se tornar mais diversificados. Como? Através de ações como, por exemplo, vagas afirmativas, comitês de diversidade e políticas de inclusão para grupos minorizados. Ou seja, práticas voltadas ao pilar social do ESG. A inclusão digital também será outro tema importante, dado a expansão da economia digital e o avanço da Inteligência Artificial.
4. Economia circular
A economia circular pode ser vista como mais uma tendência do mercado ESG, já que liga o crescimento econômico à sustentabilidade ambiental. Na economia circular, são valorizadas iniciativas de reutilização e reciclagem, por exemplo. Conforme as empresas adotam uma gestão de resíduos eficiente e sustentável, esse setor ganhará tração.
5. Mensuração e monitoramento
Por fim, a última tendência está ligada à capacidade das empresas colocarem ações ambientais, sociais e de governança em prática. É a mensuração e o monitoramento com objetivo de avaliar o impacto do investimento em ESG. Portanto, são esperadas métricas reais e transparentes que analisem a genuinidade e eficiência dessas ações.