O Brasil passou, no final do mês de julho de 2021, por uma onda de frio intenso que abalou o clima típico de diversas regiões. Os alertas sinalizados pelos institutos meteorológicos provocaram a mobilização das prefeituras para a acolher e proteger aqueles em situação de rua.
De norte a sul, muitos estados tiveram quedas extremas de temperatura, assustando a moradores com as sensações térmicas atingidas.
Em Manaus, os termômetros registraram 23,4 graus na última sexta-feira de julho; já na cidade de São Paulo, a temperatura na madrugada do mesmo dia foi a menor dos últimos cinco anos, chegando a registrar 4,3 graus e neve em algumas cidades como Campos do Jordão.
Outros locais com a presença de neve ou geada foram a Serra gaúcha e o norte do Rio Grande do Sul, nos quais a temperatura chegou a -7,2 graus.
A onda de frio polar
O frio intenso é apenas um dos resultados da derrubada na temperatura de diversas regiões. Isso ocorreu por conta da massa de ar polar com atuação do La Niña e que, por consequência, intensificou o inverno nas regiões mais ao sul do país e abaixou temperaturas até mesmo no Norte e Nordeste.
Além da massa de ar polar, a forte frente fria que atingiu o Brasil teve a companhia de um ciclone extratropical que provocou a ocorrência de neve e geada em muitos locais.
Os estados do Sul e do Sudeste tiveram características muito parecidas durante a frente fria: queda na umidade, sequência de dias com temperaturas muito baixas, sensação térmica de frio intenso, geada, neve e ventos de moderado a forte.
No Centro-Oeste, o clima teve quedas na temperatura com geada, ventos fortes e frio intenso.
Já o Norte e o Nordeste do país tiveram a sensação de frio de moderado a forte, ventos mais moderados e pancadas de chuva.
As consequências do frio na agricultura
Não é novidade que as alterações climáticas provocam muitos prejuízos aos agricultores com suas imprevisibilidades. Lavouras inteiras ou boa parte delas podem ficar “queimadas” pelo gelo: culturas como algodão, milho, cana-de-açúcar, café e diversas hortaliças tiveram suas folhagens congeladas ou com manchas escurecidas por conta das baixas temperaturas na última semana de julho.
Tanto a neve quanto a geada degradam a plantação de dentro para fora, já que os danos causados por ambas afetam até a capacidade de fotossíntese da planta e, consequentemente, a produtividade daquela lavoura afetada.
Um exemplo de como a onda de frio polar afetou a agricultura brasileira é percebido nas cidades de Patrocínio (MG) e Santo Antônio da Alegria (SP), onde foi decretada calamidade pública por conta da perda total das lavouras de ambos locais. Esse tipo de mudança climática reforça ainda mais a necessidade da contratação de um seguro agrícola para a safra.
O que esperar do clima para agosto?
Os institutos de meteorologia alertam que o inverno permanecerá mais seco do que costuma ser, por exemplo, no estado de São Paulo. Demais regiões terão variabilidade de volumes de chuva de uma para a outra, porém os maiores volumes são esperados para o Rio Grande do Sul.
No Centro-Sul brasileiro, a ocorrência de chuva será abaixo da média para o período de agosto, o que acende os alertas para o abastecimento dos reservatórios de água.
Além das chuvas, a previsão é de tempo firme para o mês, tendo muitos dias de sol, nevoeiro e neblina.