Desde o início da pandemia do novo Coronavírus no Brasil, em março de 2020, muitos dos principais setores da nossa economia sofreram grande impacto por conta de toda a crise sanitária provocada.
Com o agronegócio, a história foi outra. Mesmo com todas as restrições e a maioria dos setores econômicos em estado de alerta, o agro se manteve e ainda elevou os índices de empregos no Brasil.
Dados divulgados pelo Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostram que o número de novas vagas com carteira assinada no setor, durante o primeiro semestre de 2021, já atingiu a marca de 152.496.
No mês de junho de 2021, as regiões com a maior geração de emprego foram o Sudeste com 27 mil vagas e o destaque para o estado de São Paulo com 25 mil desse resultado; e o Nordeste com 7 mil novas oportunidades, tendo como principais estados o Maranhão e o Rio Grande do Norte.
O recorte de vagas por atividades, no mesmo período, fica dividido em oportunidades para trabalhar em lavouras permanentes e outras atividades de apoio à agricultura com 9 mil postos de trabalho gerados; e para a pecuária que gerou quase 4 mil empregos com carteira assinada, tendo destaque para as mais de 3 mil vagas na criação de bovinos.
Sobre os contratados por meio das oportunidades em junho, a grande maioria é do sexo masculino, sendo que 14 mil deles têm Ensino Médio completo e 13 mil têm o Ensino Fundamental incompleto; e as faixas etárias de 18 a 24 anos e de 30 a 39 anos foram as mais contratadas.
O aumento na produção para manter o abastecimento da população brasileira e a alta nas exportações de alimentos para diversos países foram estímulos para essa contratação formal no campo.
O abalo no mercado de trabalho
Setores como a indústria e o comércio foram dois dos principais afetados por conta das restrições: com a necessidade do isolamento social e o perigo da transmissão do vírus, tanto trabalhadores quanto clientes tiveram de se manter em casa.
Muitas empresas e comerciantes tiveram de reduzir radicalmente a base de funcionários ou fechar as portas por não conseguirem manter o negócio. Com isso, o aumento no número de desempregados atingiu níveis alarmantes.
De acordo com o levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), houve uma queda de 21,4% no setor industrial e 22,7% no comércio em relação às pessoas contratadas formalmente.
As medidas para conter a disseminação do novo Coronavírus foram tomadas com o foco na segurança dos cidadãos. Porém, provocou um forte abalo nos setores econômicos e teve como consequência a redução das contratações e o aumento nos desligamentos em empregos formais.
A força do agronegócio
O setor é, atualmente, um dos principais protagonistas da economia brasileira. Antes mesmo da pandemia do Coronavírus, sua presença no PIB nacional já era notória e agora o agronegócio se consolidou ainda mais.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que no primeiro trimestre de 2021, o Produto Interno Bruto gerado pelo agro atingiu uma alta de 5,7% em comparação com o 4º trimestre de 2020 e de 5,2% em comparação ao mesmo período do ano passado.
Em reais, o PIB brasileiro totalizou R$7.45 trilhões em 2020, sendo que o valor representado pelo agronegócio é quase R$2 trilhões desse total. E para 2021, a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) já estima mais uma safra recorde do setor durante a pandemia.
Analisando esses resultados, é possível afirmar que o agronegócio é o setor que mais cresce durante a pandemia, tanto em resultados de produção como em contratações de emprego.